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Barra Velha: A Enigmática História por Trás do Nome da Cidade Que Parece Sussurrar Segredos do Mar
Publicado em 11/Out/2024

Introdução:

Imagine uma cidade onde o mar e a terra se encontram de forma dramática e, por vezes, desafiadora. Onde uma barra de areia, teimosa e mutável, desafiava os moradores ao fechar-se e abrir-se constantemente, como se seguisse o compasso de uma dança milenar.

Assim é Barra Velha, um pedaço encantador de Santa Catarina, cujo nome nos remete a histórias de luta, paciência e, sobretudo, ao ritmo da própria natureza. Mas, afinal, de onde surgiu esse nome tão peculiar? Prepare-se para uma viagem que mistura fatos históricos e o poder de imaginação.

 

1. O que é uma Barra e Por Que Ela Pode Ficar Assoreada?

 

Foto: imagem aérea da Boca da Barra do Rio Itapocú, se dividindo nas lagunas de Barra Velha e de Barra do Sul, e conectando ao mar.

Foto: imagem aérea da Boca da Barra do Rio Itapocú, se dividindo nas lagunas de Barra Velha e de Barra do Sul, e conectando ao mar.

 

Uma “barra” é um canal estreito que conecta uma laguna ou rio ao mar, permitindo a troca de água entre eles. Esse tipo de passagem é comum em cidades litorâneas e costuma ser um elo vital entre o ecossistema de água doce e o ambiente marinho. No caso de Barra Velha, a barra se forma entre a laguna e o mar, mas, com o passar do tempo, o acúmulo de sedimentos (areia e outros detritos) pode bloqueá-la, em um processo conhecido como “assoreamento”. Assim, a barra fica “assoreada” e precisa ser desobstruída para que a água possa fluir novamente. Esse ciclo de fechamento e reabertura é um dos elementos que dão vida à história de Barra Velha.

 

2. A Conexão com o Nome da Cidade:

O nome “Barra Velha” está diretamente ligado a essa dinâmica natural. No passado, a barra de areia constantemente se obstruía, como se envelhecesse e se fechasse sobre si mesma, necessitando ser reaberta manualmente pelos moradores. Esse ciclo de fechamento e reabertura era um evento regular, e a barra que precisava ser reaberta repetidamente se tornou um elemento central na vida da comunidade. Como resultado, o local passou a ser conhecido como a “barra velha” – uma barra que precisava de atenção contínua, simbolizando um fenômeno natural sempre presente, que moldava o ritmo de vida da cidade.

 

 

Migração lateral da foz do Rio Itapocú ao longo dos anos (fonte: Professor Cacá Fagundes)

Imagem: Migração lateral da foz do Rio Itapocú ao longo dos anos (fonte: Professor José Carlos Fagundes).

 

3. Onde o Passado Encontra o Presente:

A história de Barra Velha não é apenas uma narrativa geográfica, mas também cultural. A cada novo fechamento da barra, a comunidade se reunia para abrir novamente o canal, num esforço coletivo que refletia a união e a perseverança dos habitantes. Hoje, essa essência de resistência ainda se reflete na cidade, que mantém viva a cultura e as tradições açorianas trazidas pelos primeiros colonizadores portugueses. Eventos culturais, como a Festa do Divino Espírito Santo, continuam a celebrar a história e o legado de Barra Velha, transformando-a em um ponto de encontro entre o passado e o presente, onde cultura e natureza andam lado a lado​(Wikipédia, a enciclopédia livre) (Cortina do Passado).

 

Na imagem abaixo se vê como a laguna, na época como se fosse um braço do rio Itapocú, se estendia até os pés do que hoje seria o Morro do Cristo, se aproximando do atual porto dos pescadores, na praia central.

 

Foto: divulgação em rede social do professor Cacá Fagundes - Aspectos do centro do distrito de Barra Velha em 1947. A imagem é do renomado fotografo paranaense Arthur Julio Wischral.

Foto: divulgação em rede social do professor José Carlos Fagundes - Aspectos do centro do distrito de Barra Velha em 1947. A imagem é do renomado fotografo paranaense Arthur Julio Wischral.

 

 

4. Um Cenário Turístico com Raízes Profundas:

Atualmente, Barra Velha é conhecida por suas belas praias e movimentação turística, especialmente durante o verão. Mas a cidade é muito mais do que um refúgio de verão; ela é um pedaço vivo de história e cultura. Ao caminhar por suas praias e explorar suas tradições, é possível sentir a presença dos antigos pescadores que, há muito tempo, foram os primeiros a encarar as forças da natureza ao manter a barra aberta. Esse local, que já foi uma vila de pescadores, tornou-se um cenário de veraneio, onde o turismo e a pesca ainda representam parte vital da economia local (Litoral de Santa Catarina).

 

5. Uma Barra Que Conta Histórias:

Diz-se que a barra nunca era a mesma, e essa natureza mutável poderia muito bem simbolizar a própria essência de Barra Velha. A cada novo fechamento e reabertura, a cidade preservava histórias de desafios e adaptações.

 

Ao olhar para o mar, pode-se imaginar as gerações de pescadores e moradores que, ao longo dos anos, presenciaram a batalha incessante entre a areia e as águas. E, assim, como uma barra que se renova a cada movimento da maré, Barra Velha é, na verdade, uma cidade que se reinventa sem perder suas raízes.

 

Conclusão:

Barra Velha é um testemunho de como a natureza molda não apenas a paisagem, mas também a identidade de uma cidade. Seu nome nos convida a refletir sobre as forças do tempo e a perseverança de um povo que, mesmo diante de obstáculos, celebra e preserva sua história. Assim, da próxima vez que visitar essa cidade charmosa, olhe além das praias e sinta o chamado das águas e da barra que, embora antiga, nunca deixa de surpreender.

 

Para se ter uma ideia, aperte o play no vídeo abaixo e conheça um pouco dessa região da Boca da Barra.

 


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